310 – Não existe voluntariado no Brasil
Espero ter chamado sua atenção com este título, pois óbvio que era minha intenção, mas com muita calma quero explicar que não é uma chamada sensacionalista, mas realista.
Como se trata de um texto muito curto, não quero matar o texto na chamada, mas a continuidade do título seria: Não existe voluntariado no Brasil de forma sustentável.
Assim estaria mais completo, mas também mais complexo.
O brasileiro, já escrevi isso em diversas outras ocasiões, é muito solidário, mas ainda precisamos desenvolver outras habilidades necessárias para uma sociedade em desenvolvimento moral, tecnológico e social, como a que vivemos agora.
Uma dessas habilidades é o censo coletivo, não do imediatismo, mas do perene, vou explicar: poucas pessoas no mundo são tão sociáveis e amorosas como o brasileiro, somos invejados, mas quando se trata de compromisso, a nossa imagem não é das melhores.
O brasileiro “da nó em pingo d’água” para não se comprometer, assim é com muita coisa, mas do nosso assunto cotidiano, o voluntariado, é uma prática muito comum.
O voluntariado pontual, que é importante para muitas organizações, para mobilizações, para o início de uma relação com uma causa, acontece e tem muitos adeptos, mas aquele que efetivamente faz a maior diferença nas organizações principalmente, o voluntariado com hora e dias marcados e com um calendário anual, ainda carece de muita atenção e cuidado, pois não é a preferência do brasileiro.
De quem é a culpa? Em primeiro lugar uma culpa mais etérea, a falta de cultura, que ainda não conseguimos avançar nessa criação, mas o maior responsável são as organizações sociais, governos, ensino e empresas.
Mas como assim? Simples. Enquanto não dermos a atenção devida a gestão do trabalho voluntário, de forma séria, como se dá a captação de recursos por exemplo, nada disso mudará.
De forma geral, aquilo que sobra de tempo, de recurso, de pessoas são destinados ao trabalho voluntário, tudo para o voluntariado é custo e não investimento, pouco se fala de capacitação específica para o voluntariado ou para gestão.
Quando se fala de um curso de captação de recurso ou gestão de projetos o investimento é de R$ 10,00, há uma comoção, pois, está muito bom e as salas estão lotadas. Quando se fala em um curso de gerenciamento de voluntários com investimento de R$ 2,00, há uma comoção, pois está muito caro este “custo” e as salas estão vazias.
Óbvio que existe progresso, que existem exceções, mas quando saímos dos grandes centros, das grandes corporações, este é um cenário real.
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Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor especialista em voluntariado, ESG e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, CEO da empresa de consultoria R. R. Desenvolvimento e Transformação Humana LTDA e do VOL, porta voz pela ONU, Associado da VRS Consult da Guatemala, prof. de Voluntariado da PADLA University- México e Único Brasileiro Consultor acreditado internacionalmente por Empresability . @roberto.ravagnani