250 – O voluntário tecnológico
Pode até parecer que as duas coisas não combinam, pois pensamos no voluntario de forma geral, no formato antigo, ainda não conseguimos ver o voluntariado de uma forma mais moderna, jovem, descolado. O voluntariado tem uma flexibilidade pouco encontrada, pois adapta-se exatamente a quem o executa.
Pode ser mais tradicional, calmo, tranquilo, como agitado, frenético, jovial e pode ainda ser tudo isso junto e misturado.
Vou me repetir com certeza, mas vale a citação, o voluntariado é uma das atividades mais inclusivas e democráticas que temos ao nosso alcance.
Jovem, idoso, mulher, homem, trans, preto, branco, amarelo, analfabeto, doutor, católico, evangélico, espírita, ateu, brasileiro, indiano, japonês, atleta, deficiente físico, pobre, rico, trabalhador, estudante, do lar, nada é empecilho para exercer um trabalho voluntário.
E onde entra o tecnológico nesta conversa toda? Em vários pontos, como por exemplo exercer um trabalho voluntário de apoio a organizações a distância. Outro ponto ligado a tecnologia é a ligação com o descarte de itens tecnológicos, que é um problema para os consumidores e para a indústria, bem como para o meio ambiente. É possível unir o trabalho voluntário com esta causa específica. Eu conheci um trabalho muito interessante que pode ser um aliado desta questão ambiental e ainda gerar renda e conhecimento para mulheres.
Recomendo que conheçam o trabalho da https://techgirls.com.br/ , com sede em Curitiba, mas já atuando em outras cidades e estados, um trabalho modelo, onde cada um tem sua participação na cadeia de trabalho, voluntário apoiam com capacitação e material de descarte tecnológico, as mulheres são preparadas para o mercado de trabalho, tanto como empreendedoras ou colaboradoras de outras empresas. Ao fim da capacitação as mulheres saem com o empreendedorismo na veia, visto que podem produzir bijuterias com o lixo eletrônico.
Do lixo para o luxo, essa com certeza poderia ser uma frase do projeto, pois tudo o que seria considerado lixo, pode ser uma peça de “luxo” para contribuir com a beleza das pessoas.
Este é um trabalho onde você pode ser voluntário físico, caso exista uma unidade na sua cidade, ou à distância, se tiver contato com possíveis doares de equipamentos de informática, principalmente, para que possam ou ser recondicionados ou desmontados para terem suas peças utilizadas das mais variadas formas. Inclusão na veia, trabalho voluntário na cabeça e muita coisa boa pode surgir, basta ter vontade e decisão.
Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor especialista em voluntariado e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar desde 2000, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, CEO da empresa de consultoria R. R. Desenvolvimento e Transformação Humana LTDA, porta voz pela ONU, Global Friends of Volunteering (IAVE), Associado da VRS Consult da Guatemala e professor de Voluntariado da PADLA – México. @roberto.ravagnani